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Amorzinho – Osho

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Amorzinho ©Alfarrábios da Alma, 2024
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Amorzinho é o texto do primeiro capítulo do livro de Osho chamado “Amor, Liberdade e Solitude: uma nova visão sobre os relacionamentos”, publicado pela editora Cultrix em 2006. Osho nos fala sobre as diferenças entre o amor verdadeiro e o amor irreal e sobre como chegar ao amor verdadeiro sem esforço. A leitura do capítulo vem acompanhada de uma música suave e agradavel e de lindas cenas de amor para você se inspirar.

Amorzinho

Amor não significa o que, normalmente, entendemos como tal. O amor comum é um simples fingimento; há algo oculto por trás dele. O verdadeiro amor é um fenômeno totalmente diferente. O amor comum é exigente, o verdadeiro amor é partilha. Nada conhece de imposição; só a alegria da dádiva.

O amor comum vive de aparências. O verdadeiro amor é autêntico; simplesmente, é. O amor comum é quase doentio, adocicado, escorre, é o que chamamos “amorzinho”. É enjoativo, nauseante. O verdadeiro amor é alimento, fortalece a alma. O amor comum só alimenta o seu ego – não o seu verdadeiro eu, mas o seu eu ilusório. Lembre-se de que o irreal alimenta sempre o ilusório, mas o autêntico alimenta o verdadeiro. 

Torne-se um servidor do verdadeiro amor – e isto significa tornar-se um servo do amor na sua pureza última. Dê, distribua o que tem, reparta e goze a partilha. Não o faça como se fosse um dever – senão toda a alegria desaparece. E não se sinta obsequioso em relação aos outros, nunca, nem por um único momento. O amor nunca é constrangimento. Pelo contrário, quando alguém recebe o seu amor, você sente-se obsequiado. O amor é grato quando recebido. 

O amor nunca espera ser recompensado ou mesmo agradecido. Se o agradecimento surge do outro lado, o amor surpreende-se sempre – é uma surpresa agradável, visto não ter expectativas. 

Não se pode frustrar o verdadeiro amor, visto não existirem quaisquer expectativas inicialmente. E não se pode satisfazer o amor irreal, porque este está tão enraizado em expectativas que, independentemente do que se faça, a sua realização fica sempre aquém do que se esperava. As expectativas são demasiado elevadas e ninguém as consegue satisfazer. Assim, o amor irreal traz consigo frustração e o verdadeiro amor, satisfação.

Quando digo “seja um servo do amor”, não pretendo que se torne um escravo de alguém que ame, não, nada disso. Não pretendo que seja cativo de

Quando digo “seja um servo do amor”, não pretendo que se torne um escravo de alguém que ame, não, nada disso. Não pretendo que seja cativo de um amor. O que quero dizer é que seja servo do amor. O conceito puro de amor deve ser venerado. O seu amado é somente uma das formas deste conceito e toda a existência contém milhões de formas desta ideia perfeita. A flor é uma ideia, uma forma, a Lua outra, o seu amado ainda outra… o seu filho, a sua mãe, o seu pai, todos são formas, ondas no oceano do amor. Mas nunca se torne servo de um amor. Lembre-se sempre de que o seu amado é só uma minúscula manifestação.

Sirva o amor através do amado, para que nunca fique prisioneiro dele. E quando alguém não é prisioneiro do amante, o amor atinge o seu auge. No momento em que se deixa prender, a queda leva-o para baixo. Devotar-se é semelhante a gravitar – desligar-se é a graça. O amor irreal é um sinónimo de devoção; o amor verdadeiro é muito desprendido.

O amor irreal demonstra muita preocupação – está sempre preocupado. O verdadeiro amor é ponderado, mas não tem preocupações. Se ama verdadeiramente um homem, deverá estar atenta às suas verdadeiras necessidades mas não demonstrar qualquer preocupação desnecessária com as suas estúpidas e loucas fantasias. Deverá ter em atenção todas as suas necessidades, mas não estar junto dele para satisfazer os seus desejos fictícios.

Não satisfará nada que na realidade irá magoá-lo. Por exemplo, não irá alimentar o seu ego, ainda que o seu ego o exija – isto significa que está a envenenar o seu amado. Apreço significa que será capaz de perceber que esta não é uma necessidade real, mas do ego; e não irá satisfazê-la.

O amor conhece a compaixão, mas não a preocupação. Por vezes é difícil, porque por vezes é necessário ser-se duro. Por vezes é muito reservado. Se o distanciamento ajudar, afaste-se. Por vezes é muito frio; se for necessário ser frio, seja-o. Qualquer que seja a necessidade, o amor é atento – mas não preocupado. Não satisfará qualquer necessidade fantasiosa; não satisfará

nenhuma ideia venenosa no outro.

Procure, medite no amor, experimente-o. O amor é a maior experiência da vida, e aqueles que vivem sem experimentar a energia do amor nunca conhecerão o que é viver. Permanecerão na superfície, nunca conseguindo alcançar a sua essência.

O meu ensino é orientado para o amor. Posso abdicar facilmente da palavra Deus – não há qualquer problema -, mas não posso esquecer a palavra amor. Se tiver de escolher entre as palavras amor e Deus, escolho a primeira; esquecerei tudo sobre Deus, porque todos os que conhecem o amor estão destinados a conhecer Deus. Mas o inverso não acontece: os que teorizam acerca de Deus e filosofam acerca de Deus poderão nunca conhecer o amor – e, igualmente, não conhecerão Deus.

Amorzinho, Amorzinho

Créditos

Referências

Osho. Amor, liberdade e solidão: uma nova visão dos relacionamentos. São Paulo: Cultrix, 1991.

Música

1- Cello Suite No.1 in G major, BWV 1007

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