E se você pudesse realizar seus sonhos mais profundos? Se você pudesse se conectar com o seu potencial ilimitado e viver uma vida que te traga verdadeira alegria e realização? Amit Goswami nos mostra que isso não é apenas um sonho, mas sim uma realidade possível. Ele nos ensina a usar os princípios da Física Quântica para criar a vida que queremos, para romper com as barreiras do medo e da limitação e para cocriar um mundo melhor para todos.
O cientista
Amit Goswami, indiano, nascido sob o signo de escorpião, em 4 de novembro de 1936, é filho de um guru hindu. Contrariando suas origens, formou-se em física nuclear teórica na Universidade de Calcutá em 1964. Dedicou-se por muitos anos à ciência até seu doutorado e se aposentou como professor de Física Teórica na Universidade do Oregon. Suas métricas no Google Acadêmico (Scholar Google) mostram seus atributos nas ciências.
Integrando ciência e espiritualidade
Após sua aposentadoria, passou a dedicar-se à integração entre a ciência e a espiritualidade, por meio de inúmeros livros publicados, sempre buscando o embasamento científico dos princípios e tradições espiritualistas e da parapsicologia. Passou a ser reconhecido mundialmente em 2004, por meio do filme “Quem Somos Nós”, no qual foi entrevistado, assim como outros ícones da Física Quântica aliada à espiritualidade.
O caminho fácil para um acadêmico é ser um seguidor e publicar, em vez de “perecer” na tentativa de se tornar um formador de tendências. Era isto que eu estava fazendo; estava seguindo com grande satisfação.
A maioria dos problemas da ciência dos paradigmas é irrelevante para nossa vida cotidiana. São problemas quase tão esotéricos quanto aquelas questões que os monges cristãos estudavam na Idade Média: quantos anjos podem dançar sobre um alfinete?
Eu não tinha ideia de que a decisão de buscar a felicidade na física levaria a uma redescoberta científica de Deus. Eu era um materialista convicto.
(Deus não está morto, 2008)
Física Quântica em prol da Consciência
Desde 2003, Goswami vem ministrando cursos, palestras e workshops por todo o mundo, inclusive no Brasil. Seu legado é riquíssimo e tem ajudado milhares de pessoas. Seus livros e eventos são fonte de um movimento que ele chama de “ativismo quântico” (LINKAR).
Goswami fala em seus livros, traduzidos em muitos idiomas, sobre a consciência e a física quântica. Ele sempre fala da consciência em oposição ao materialismo científico. Ele defende as pazes entre a ciência e a consciência, ao invés da ciência baseada nos sentidos, na forma e nos objetos, ideias que se sustentam na física newtoniana, ou, a física da matéria.
Na Roda Viva
Em um debate ocorrido em 2001, no programa Roda Vida, da TV Cultura, entre Goswami e diversas sumidades da ciência e filosofia, entre eles, Pierre Weil e Mário Sérgio Cortela, ele defendeu suas ideias sobre a Física Quântica e como esta poderia ser um ponto de mutação – parafraseando Fritjof Capra – para a integração entre a ciência e a espiritualidade.
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No debate, Goswami fala até mesmo da possibilidade de se incluir Deus na ciência. Enquanto no imaginário popular, Deus é um super guardião, com super poderes, para os teólogos, Deus pode ser aquele que apenas observa ou aquele que intervém efetivamente no mundo. Mas para a ciência, Deus não existe, pois a ciência não precisa de Deus.
Na Biologia, Darwin explica a evolução dos seres como um processo natural. Na Psicologia, o behaviorismo, ou comportamentalismo, defende a ideia do livre-arbítrio subjetivo, ou do arbítrio forçado pelo condicionamento, pois se somos condicionados, não temos livre-arbítrio real.
A maioria das teorias científicas, até a época desse debate, seguiam o paradigma do materialismo científico e podiam seguir adiante sem Deus na jogada, colocando Deus definitivamente para escanteio.
Contudo, há furos e gaps nessas teorias da ciência. Por exemplo, a teoria de Darwin não explica como as espécies surgem a partir de outras espécies. Não há continuidade de fósseis mostrando como os répteis se tornaram pássaros. Isso mostra que ainda há muito de inexplicável para a ciência e que, talvez, ela ainda não pode prescindir de Deus.
Ondas ou Partículas: ser ou não ser?
Mas então surge a Física Quântica, traz Deus de volta para essa equação. Com seus experimentos. Esta nova física vira de cabeça para baixo a física newtoniana, tão segura e estável, mostrando que a partícula é também uma onda, podendo alternar seus estados de ser. Essa alternância vem a ser conhecida como o “princípio da incerteza”, que leva à ondas de possibilidades, mostrando que nem tudo é o que parece, que uma mesma coisa pode ser e não ser.
Os novos conceitos da Física Quântica vêm justamente das raízes mais intrínsecas da matéria, que são as partículas, as ondas, os átomos. Isso abala toda a estrutura e estabilidade da física newtoniana, abrindo um novo mundo de incertezas, que permite tirar Deus do banco do reserva e colocá-lo de volta ao campo das possibilidades, abrindo espaço para uma integração entre a ciência e a espiritualidade.
A (ir)racionalidade da ciência
Mesmo hoje, 20 anos depois desse debate, e do trabalho incansável do Dr. Goswami e muitos outros cientistas que vêm surfando nas ondas da Física Quântica, ainda existe uma ilusão de que a ciência é algo totalmente racional. No entanto, até mesmo Einstein admitiu sobre a teoria da relatividade, que ele não fez esta descoberta apenas por meio da racionalidade, mas também pela criatividade.
Ainda que haja um grande número de estudos científicos que tocam na zona limítrofe entre a matéria e o espírito, ainda há muitos ditos cientistas que ignoram completamente a realidade além da matéria, como se ela não existisse.
Cientistas usam a intuição para desenvolver sistemas que estão fora deles, enquanto místicos usam a intuição para o autoconhecimento, para se desenvolverem a si mesmos. (Amit Goswami, Programa Roda Viva, 2001, paráfrase de Alfarrábios da Alma)
Posso dizer, por experiência própria, que, ao dedicar minha vida à ciência, também dediquei a esta toda a minha criatividade, de modo que não conseguia mais usar a criatividade para outros trabalhos, tais como o de escritora, que eu adoraria seguir, conjuntamente à minha carreira científica.
Atualmente a ciência é mais amigável, mais aberta e mais condescendente com quaisquer que sejam os fenômenos que ocorram no mundo. Antes, parecia que a ciência era algo separado do mundo e superior! A ciência estava em um pedestal muito alto, de onde olhava os fenômenos por meio de estatísticas.
E a despeito do envolvimento da ciência com os interesses políticos, que também a descaracteriza um bom tanto!, esta já desceu alguns degraus do orgulho e põe-se a observar o mundo um pouco mais de perto, com olhar mais humanizado, entendendo que pessoas não são médias numéricas e que não é preciso uma martelada para se ter uma dor de cabeça!
Muitos cientistas já têm um olhar mais interessado para fenômenos não materiais. Hoje, inclusive, a ciência e tudo o mais que ocorre no nosso mundo se movimenta bem longe da matéria, por meio de bits de informação! Sim, a computação é o que nos possibilita uma dinâmica cada vez maior em todos os aspectos da vida. E ela tem quase nada de material! E nem falamos da nanotecnologia e suas inúmeras possibilidades!
Enfim, podemos ver a influência tanto da física quântica, quanto da espiritualidade em diversas áreas do conhecimento. Nas ciências médicas e biológicas, estuda-se técnicas de nutrição e alimentação saudável, técnicas de equilíbrio mental e psicológico, entre elas a meditação, a autoconsciência. Na psicologia, temos diversas terapias, tais como a terapia cognitivo comportamental que enfatiza o pensamento positivo e procura eliminar as crenças limitantes; essas terapias se utilizam de técnicas voltadas para a mente, as emoções e o comportamento muito próximas das técnicas utilizadas por tradições espiritualistas, tais como o mindfullness, a meditação, o relaxamento e a visualização criativa.
E assim se aproxima a integração entre ciência e espiritualidade pregada por Goswami!
Reflexões de Amit
Amit nos fala sobre as forças da criatividade e as forças do condicionamento e nos pergunta: em qual desses dois mundos devemos viver? Nossas experiências são fixadas em nossas mentes após serem refletidas no espelho de nossas memórias, levando-nos aos condicionamentos, ou seja, uma propensão a responder aos estímulos de forma repetitiva, ou a agir como já agimos anteriormente. O condicionamento nos torna parecidos com máquinas, enquanto a criatividade nos diferencia efetivamente e nos torna indivíduos reais.
Para mudar essa realidade, existem os arquétipos, que, segundo Platão e Jung, são aspectos eternos da consciência criados pelo inconsciente coletivo. Os arquétipos são os modelos ideais para a nossa consciência em evolução, aqueles que vislumbramos como um norte a seguir, aonde queremos chegar. Assim também são os heróis, os mitos e as lendas. Os arquétipos são aqueles que podem nos ajudar a romper com os condicionamentos, instigando-nos a agir em direção à perfeição. E assim, recuperamos a nossa criatividade, ou ainda, nossa capacidade de criar e de cocriar com a Existência.
Quanto à moralidade e à ética, Goswami entende que estas podem não ser benéficas quando apresentadas apenas como um conjunto de regras fixas a serem seguidas por um grupo de indivíduos. São também uma espécie de condicionamento. E dessa forma o indivíduo perde a possibilidade de ter uma resposta ambígua, ele simplesmente age pela regra, sem pensar, sem avaliar se aquela regra tem sua razão de ser. É importante que o indivíduo possa refletir em suas ações, de forma independente, ele mesmo pensando, refletindo e decidindo sobre a melhor opção que representa a moral e a ética. Isso pode tirá-lo dos condicionamentos, levando-o novamente à criatividade e à busca dos arquétipos que o farão instigar-se na direção da evolução novamente.
Amit explica que o behaviorismo diz que agimos por meio do condicionamento, de tal modo que não temos mais a liberdade, nem a criatividade. O cartesianismo ou racionalismo científico nos dizia “Penso, logo existo”. Mas o que a Física Quântica faz é reverter estas ideias, mostrando que nós temos escolha e que o correto seria dizer “Escolho, logo existo”. O principal fundamento ou pressuposto é que temos escolha e que devemos fazer a escolha certa.
A física newtoniana é determinística, enquanto a Física Quântica é probabilística. A Física Quântica tem procurado insistentemente por fórmulas matemáticas para entender a medição quântica, porém não foi possível. Isso deu origem ao princípio da incerteza, das possibilidades, das probabilidades, de modo que é possível incluir Deus na equação do universo, assim como o livre arbítrio e a consciência.
Conclusão
A mensagem de Amit Goswami é um chamado para o despertar da consciência. Um convite para transcender a ilusão da separação e reconhecer a nossa unidade com o universo. Através da Física Quântica e da sabedoria espiritual, ele nos mostra que somos cocriadores da nossa realidade e que temos o poder de transformar nossas vidas e o mundo ao nosso redor